[ sobre o projeto ]
O Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), empresa de consultoria e gerenciamento do setor da construção civil, ganhou uma nova sede em São Paulo, com um projeto de arquitetura desenhado para atender seus pilares de atuação: tecnologia, inovação e sustentabilidade.
Com total liberdade de criação, o layout proposto pelo Superlimão teve como inspiração os ambientes de uma universidade. O projeto da CTE não é um open space, conceito amplamente difundido nos últimos anos. O programa previu duas grandes áreas e uma variada quantidade de salas de reuniões em diferentes tamanhos, além de lugares fixos para os colaboradores. Os terraços também ganharam dupla-função. Além de poderem ser ocupados para momentos de descontração, as áreas externas também foram pensadas para receber pequenas reuniões ao ar livre.
Em parceria com a Riccó, o Supelimão desenhou o mobiliário corporativo. A inserção de ‘mesas esfihas’, como carinhosamente são chamadas as mesas triangulares, levou um formato menos monótono em comparação aos espaços ortogonais. No CTE a arquitetura levou esse conceito também para o desenho das salas de reunião. Foram criadas salas triangulares para um melhor aproveitamento de espaço. Além dos espaços mais formais, foi desenhada uma arquibancada para acomodar outras interações dos colaboradores.
Como um dos principais atributos do CTE é a sustentabilidade, na elaboração do conceito a arquitetura buscou misturar um aspecto neutro à inserção de materiais coloridos, baseando-se em 4 elementos (água, terra, ar e fogo) para compor o projeto de interiores. Nas áreas molhadas, por exemplo, o tom de azul prevalece, existem misturas de pisos de borrachas e carpetes; nos ambientes foram utilizados materiais aplicando o conceito da Biofilia no projeto.
Mas a sustentabilidade não entra apenas nos aspectos de materiais – tudo é reciclado ou reciclável no CTE. O Supelimão trabalhou com os materiais em sua forma natural. Para brincar com a inserção de cores nas mesas, foi feita uma seleção de folhas de árvores com cores marcantes (é cor mesmo, não é pintura) e o forro é de concreto, cubetas preenchidas de materiais acústicos coloridos, deixando as instalações aparentes.
Outra novidade são os painéis acústicos nas mesas. Por ter a possibilidade de deixar um lado revestido com formica e outro com painel acústico, cada colaborador pode escolher colocar um painel, customizando sua mesa. De longe, essa composição criou um movimento interessante ao espaço, que ganhou variedade de cores e mais vida.
A copa ganhou painéis de concreto para não serem muito pesados, com perfil similar a um viaduto. Já a entrada do escritório ganhou uma fachada ventilada da ULMA, uma placa tecnológica e cimentícia que permite variar os desenhos, remetendo às células do corpo. Para desenvolvimento do design, foi usada a técnica de parametrização, que conseguiu abraçar uma quantidade grande de espaço num maior perímetro e num custo possível.
O projeto venceu o Prêmio Abilux 2019 pelo seu projeto de iluminação, de Marcos Castilha.