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Bráz Elettrica

São Paulo

Braz Elettrica: arquitetura de uma pizzaria elétrica, urbana e despretensiosa A Bráz Elettrica nasceu com uma missão clara: repensar a forma de consumir pizza na cidade. Individual, rápida, de massa leve e feita em fornos elétricos napolitanos, a proposta rompe com o padrão das grandes casas paulistanas. O Superlimão foi convidado a traduzir esse espírito em arquitetura, criando espaços que acolhem a agilidade, o improviso, o urbano, mas com projeto preciso e conceito afiado. A arquitetura da Bráz Elettrica parte da própria ideia de eletricidade: uma energia em fluxo constante, que se move, conecta e transforma. Pensando nisso, a equipe apostou em uma materialidade específica, com cobre, metal, conduítes aparentes, superfícies brutas e componentes industriais — e uma lógica espacial igualmente dinâmica. Não é uma arquitetura decorativa: é funcional e simbólica ao mesmo tempo. Desde a primeira unidade, inaugurada em Pinheiros em 2017, até as lojas mais recentes, a linguagem se afirma como um sistema, mas nunca se repete. Em vez de replicar fórmulas, o projeto parte de princípios adaptáveis, móveis, em diálogo com cada contexto urbano. Um sistema que se move O coração do projeto está no layout. Os fornos — móveis, sobre rodas — organizam a lógica de funcionamento do espaço. Eles definem a posição dos balcões, a relação com o salão e o percurso do cliente. A partir dessa ideia de mobilidade, o conjunto de equipamentos também foi pensado para ser deslocável: geladeiras, caixas, estações de montagem e apoio. Isso garante flexibilidade, facilita manutenções e permite que o espaço se adapte a cada demanda, a cada unidade, a cada dia. A escolha dos materiais, por sua vez, carrega a intenção do projeto. Conduítes, luminárias com isoladores de alta tensão, guarda-corpos metálicos que remetem a torres de energia — tudo se conecta à ideia de eletricidade como estética e linguagem. Mas não se trata apenas de metáforas. O cobre, o inox, o concreto aparente e o mármore são também escolhas funcionais, resistentes ao uso intenso e fáceis de limpar. No salão, o contraste entre materiais quentes e frios reforça essa dualidade. Mesas de cumaru com detalhes em pinus convivem com superfícies técnicas em inox e granito. Nas paredes, mantidas com vestígios das demolições anteriores, colagens irreverentes de personagens comendo pizza constroem uma camada gráfica espontânea e quase improvisada — como se o espaço se montasse ali mesmo, naquele instante. Cada unidade é uma resposta direta ao espaço urbano onde está inserida. A loja de Pinheiros, em um sobrado de esquina com 140 m², preserva a fachada original e tira partido do pé-direito alto. A Tuca, em Perdizes, tem escala reduzida e estrutura metálica aparente. A Pitica, também em Pinheiros, opera como uma espécie de galeria urbana, com mistura de texturas e um espaço de experimentação. A unidade da Augusta se espalha por um térreo generoso e um mezanino, ativando a rua com mesas externas. Já a “Loca”, nos Jardins, intensifica os elementos visuais da marca: paredes descascadas, colagens gráficas, estrutura metálica e acabamentos em tensão constante entre o industrial e o popular. É assim que o projeto da Bráz Elettrica se consolida: como uma arquitetura que entende a marca como sistema, não como fórmula. Um projeto que reconhece a cidade como matéria-prima e o cotidiano como campo de invenção.

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